Falando sobre esquizofrenia

Esquizofrenia é um distúrbio mental crônico que prejudica a habilidade de raciocínio lógico do paciente em relação aos outros e às funções consideradas produtivas pela sociedade. Os sintomas mais visíveis deste distúrbio incluem dificuldades no processo de diferenciar alucinações de fatos reais, raciocínio confuso e comportamento fora do normal. Geralmente, a pessoa afetada pela doença tem dificuldade em interagir com a sociedade, o que pode causar afastamento do mundo exterior. Porém, ocasionalmente, os esquizofrênicos agem, pensam e sentem como as pessoas normais.

A esquizofrenia é relativamente comum e sua prevalência é similar em todo o mundo, ou seja, uma em cada 100 pessoas desenvolve a doença antes de atingir 45 anos de idade, com riscos iguais para homens e mulheres. Além disso, a esquizofrenia afeta pessoas de todos os países, grupos sócio-econômicos e culturas, sendo uma das doenças mentais mais sérias. Estima-se que mais de 10% dos esquizofrênicos cometem suicídio.

Ao contrário do que os médicos acreditavam antigamente, pessoas com esquizofrenia não são perigosas se forem tratadas de maneira apropriada. Algumas ficam agressivas durante um episódio particular, geralmente como resposta a seu medo extremo e confusão sobre o que lhes está acontecendo.

Quais são os sintomas?

Não há testes de diagnósticos físicos para esquizofrenia, mas a doença, geralmente, é diagnosticada pelos sintomas, classificados em quatro tipos:

Sintomas positivos: assim chamados devido ao comportamento anormal ou falta de razão presentes na forma de interação do indivíduo com o mundo. Inclui delírio e alucinação visual e/ou auditiva (ver e ouvir coisas que não existem).

Sintomas negativos: identificados como problemas de comportamento e ausência da razão. Estes sintomas incluem embotamento afetivo, assim como a inabilidade de seguir com as atividades, discurso travado e desinteresse pela vida, de forma geral.

Sintomas emocionais frequentemente acompanham esquizofrenia e podem ter conseqüências graves em longo prazo. As pessoas que sofrem com a doença apresentam humor depressivo, perda de sono, apetite, interesse e concentração, sensação de perda, pensamentos de morte, sensações de culpas e ansiedade.

Pensamento desordenado é comumente visto como pensamento confuso, assim como comportamento irracional.

Quando os sintomas pioram, estes episódios, conhecidos como recaídas, aumentando o risco de hospitalização.

Qual é a causa da esquizofrenia e quem pode desenvolvê-la?

Diversos fatores devem ser considerados na identificação das causas do desenvolvimento da esquizofrenia, entre eles, influências genéticas, danos causados ao cérebro na ocasião do parto, efeitos sociais de isolamento e/ou stress.

Nossa personalidade individual é o resultado de fatores biológicos, culturais, psicológicos, ambientais e genéticos, portanto, é difícil apontar apenas um fator como causa da doença, e nenhum evento parece suficiente, por si só, para produzir o transtorno.

A esquizofrenia normalmente se desenvolve por volta dos 20 anos, porém os sintomas podem aparecer mais tarde. Enquanto os homens ficam doentes pela primeira vez entre os 16 e os 25 anos, a maioria das mulheres desenvolve os sintomas entre os 23 e os 36 anos.

A doença pode ocorrer de repente, mas antes do primeiro episódio causar mudanças no comportamento da pessoa afetada. Sintomas como irritabilidade, depressão, isolamento e a diminuição de atividades diárias como trabalhos escolares ou profissionais são notáveis. Além disso, muitas pessoas podem se comportar desta forma, e não manifestar a doença, que passa a ser preocupante quando comportamentos anormais acontecem na maior parte do tempo e pioram a cada dia.

O uso de drogas como a maconha e o LSD, pode piorar os sintomas da doença.

Diagnósticos da Esquizofrenia

Outras doenças podem ser diagnosticadas antes da esquizofrenia ser detectada. Algumas, psicológicas, podem ocasionar distúrbios mentais similares àqueles dos pacientes com esquizofrenia.  Por isso, exames de laboratórios, incluindo sangue e urina, são considerados importantes, além de extenso histórico médico, exames psicológicos e mentais.

Uma completa lista de todos os distúrbios mentais e de comportamento previstos pela Classificação Internacional de Doenças mentais e comportamentais publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerada importante ferramenta de diagnóstico para psicanalistas.

Impacto social e pessoal da Esquizofrenia

Pessoas com esquizofrenia sofrem grandes impactos em suas atividades diárias. A maioria dos pacientes acha impossível alcançar níveis esperados de melhoras.

O transtorno pode comprometer as atividades sociais conforme as habilidades de engajamento social do paciente forem diminuindo. O distanciamento da vida familiar é inevitável, principalmente, devido aos sentimentos fortes de perda e tristeza dos familiares e a dificuldade em conviver com sintomas de esquizofrenia.

Além disso, a sobrecarga social inclui a necessidade de atenção hospitalar, residencial, remédios, segurança social e outros sistemas públicos de saúde e justiça. O estigma associado à doença mental é um problema especial, tendo impacto negativo e acarretando preconceitos e mal-entendidos.